terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Mochila não deve ultrapassar 15% do peso da criança

Excesso de carga pode causar problemas posturais, inflamação dos músculos das costas e deformidade da coluna
É hora de se preparar para voltar às aulas. Estojo, cadernos, livros, pastas, produtos de higiene pessoal, carteira, celular... Tudo dentro da mochila. Ao longo do ano letivo, a criança carrega esses materiais por cerca de três horas, durante 200 dias. Por isso, se o peso da mochila não estiver adequado, ou seja, se não for o equivalente a até 15% do peso da criança, a sobrecarga pode causar, em longo prazo, um problema crônico, como a escoliose (deformidade da coluna).



De acordo com o ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Marco Aurélio Neves, as queixas mais comuns em crianças e adolescentes são de dores na lombar (parte de baixo da coluna), cervical (parte de cima) e nos ombros. "Na maioria dos casos, trata-se de um problema momentâneo gerado pela inflamação do músculo. Durante a crise, geralmente, são receitados analgésicos, anti-inflamatórios, fisioterapia e Reeducação Postural Global (RPG). Com essas medidas, o desconforto deve melhorar em poucos dias", explica.

Ainda segundo o especialista, a criança moderna é a que mais sofre com o problema. "Isso acontece porque, além de carregar ainda mais equipamentos na mochila, a maioria das crianças passa boa parte do dia conectada ao videogame, computador e celular. Por terem uma vida sedentária, normalmente, estas ficam acima do peso e não têm uma boa postura", alerta.
Para prevenir que os problemas nas costas se iniciem na infância, é preciso fazer alterações na rotina da criança. "É indicado que os pais regulem o tempo de uso dos eletrônicos e estimulem a criança a praticar atividades físicas para melhorar condicionamento e fortalecer a musculatura das costas. No futuro, essas pequenas iniciativas vão fazer uma grande diferença na saúde da coluna", alerta o especialista.

Mochila de rodinha x mochila nas costas
Segundo o ortopedista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Marco Aurélio Neves, os dois modelos têm vantagens e desvantagens. "É preciso analisar qual a melhor mochila, de acordo com a rotina da criança. A mochila de rodinhas é adequada para casos em que a criança circula em locais planos, sem grandes obstáculos a serem superados, como escadas. Isso porque, por não ter alças, a criança tem que erguê-la em apenas um dos braços, o que prejudica a ergonomia do corpo. A mochila nas costas oferece mais mobilidade, mas exige ainda mais atenção ao peso e ajuste das alças para não prejudicar a saúde da coluna", analisa.

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