O ruído branco – combinação simultânea de sons em variadas frequências. O termo guarda um paradoxo se você levá-lo pro lado literal: a gente costuma ligar o branco ao limpo, clean, sem elementos, e o ruído ao sujo, barulhento, poluído. Paz e caos. Para Vitorino Campos, que se inspira no ruído branco para a primavera-verão 2013/14, isso quer dizer uma variedade maior em sua moda minimalista. Mais tipos de tecidos, mais texturas. Por exemplo: rendas, zibeline resinada que recebe uma camada de foil e fica com um efeito de mil pontos brilhantes,acetato com seda (que dá estrutura e ao mesmo tempo um aspecto soft) – tudo com o cuidado perfeccionista que já caracteriza a moda desse jovem estilista. Pra dar uma ideia: a seda metalizada com recortes no vestido tem um movimento diferente porque os pedaços foram unidos com os fios em direção contrária – o recorte superior direito corre pra cima, o esquerdo corre pra baixo… Isso dá riqueza pra peça, mas só um olhar clínico percebe. E pra esse olhar clínico achar tudo ainda mais caprichado, foi necessário entretelar a peça, porque a costura desses recortes não funciona com a direção diferente dos fios! Entendeu o grau de detalhes? Chega a ser melhor Vitorino apresentar sua coleção em forma de vídeo e que a gente possa ver as peças ao vivo com calma, de pertinho, ao lado dele, pra entender o quanto esse ruído branco é rico. Nas fotos, a moda que você vê é clássica, mas acredite: elas guardam frequências que o “ouvido humano” nem imagina… (Jorge Wakabara)
Fonte: msn.lilianpacce.com.br
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